Tantra é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Tem origem dravídica e mais de 5.000 anos de antigüidade.
Para o mestre de Rose, o Tantra é a arte de conhecer-se a si mesmo através do outro.
O termo Tantra significa net, rede, tecido ou teia, ou a trama do tecido; regulado por uma regra geral; o encordoamento de um instrumento musical.
Tantra é o nome dos antigos textos de transmissão oral (param-pará) do período pré-clássico da Índia, portanto, de mais de 5.000 anos. Mais tarde, alguns desses textos foram escritos e tornaram-se livros ou escrituras secretas do hinduísmo. Naquela recuada época de origem do Tantra, a Índia era habitada pelos drávidas, cuja sociedade e cultura eram matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Por isso, passaram à história como um povo tântrico, já que essa filosofia é caracterizada principalmente por aquelas três qualidades. Aliás, isso é uma noção amplamente divulgada e universalmente aceita.
O Tantra, o Sámkhya e o Yôga são três das mais antigas filosofias indianas e suas origens remontam à Índia proto-histórica, ao período dravídico. Talvez por isso essas três tenham mais afinidades entre si do que cada uma delas com qualquer outra filosofia surgida posteriormente. Este dado é de fundamental importância na milenar discussão: o Yôga mais autêntico é de tendência Sámkhya ou Vêdánta? Tantra ou Brahmacharya? O Yôga mais antigo, o original, é o mais autêntico. Sabendo que o Yôga mais antigo é de raízes Tantra e Sámkhya, podemos afirmar, bem respaldados pela documentação histórica, que a modalidade mais autêntica é o Yôga Tantra-Sámkhya ou, melhor ainda, o Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga, hoje conhecido como Swásthya Yôga.
A proposta do Tantra é a de desencadear autoconhecimento e evolução interior a partir do prazer. É algo como ir exacerbando o prazer físico a uma tal dimensão que ele extrapole os limites físicos e transborde na forma de um orgasmo espiritual ou estado de graça.
O primeiro nível de relação sexual é mental
O segundo nível de contato sexual é o olhar
O olhar tem um poder extraordinário de estabelecer ligação profunda entre as pessoas, de gerar amor e de desencadear excitação sexual. É um recurso que, em público, em menos de um segundo, sem que ninguém em torno perceba nada, pode estabelecer vínculos definitivos entre duas pessoas. Durante um simples beijo ou durante um contato sexual de último grau, o uso do olhar pode superdimensionar as sensações, amplificando-as dezenas de vezes. As pessoas que beijam ou fazem amor de olhos fechados estão perdendo um upgrade precioso, capaz de lhe abrir canais jamais experimentados de envolvimento e de prazer. Um iniciado tântrico, que tenha desenvolvido o siddhi do olhar, pode produzir excitação sexual numa pessoa sem tocá-la, sem lhe dirigir a palavra, simplesmente penetrando a pessoa com o olhar. Conhecem-se muitos casos de orgasmo desencadeado somente com o efeito olho-no-olho durante algum tempo. Nisso se baseia o exercício tântrico denominado drishti, em que os parceiros não precisam se tocar para produzir eclosões energéticas inimagináveis. É importante frisar que neste como nos demais níveis, o catalisador é a reciprocidade. Portanto, os efeitos acima só ocorrem quando as duas pessoas manifestam o fator intenção. Somente havendo intenção de ambas as partes, o fenômeno tem lugar. Assim sendo, se alguém com o olhar lhe desencadear excitação, nem cogite em acusá-lo de invasão de privacidade, de manipulação mental, ou de hipnose. Nada de hipocrisia! Se mexeu com seus hormônios, com a sua respiração, com seus batimentos cardíacos, terá sido por você haver-lhe proporcionado um catalisador: a sua reciprocidade.
O terceiro nível de contato sexual é dirigir a palavra
O toque pode ser estimulante ou desestimulante. Pode ser carinhoso ou grosseiro. Pode ser, mais simplesmente, um toque neutro. Quase sempre, as pessoas tocam seus parceiros sexuais de maneira inadequada. Não se detêm em considerar que nesse momento especial estão com o poder de transformar a vida de um outro ser humano e a sua própria, dependendo de como olhem, como modulem a voz, o que digam, como toquem. O toque é uma arte que precisa ser desenvolvida. Nenhum exercício é mais eficiente que a decisão de estar atento a cada toque que aplique daqui para a frente em seu parceiro, em seu amigo, em seu cãozinho, em uma flor, em um objeto inanimado. Tocar é sagrado. É o momento em que os campos elétricos do seu corpo se conectam com os de um outro corpo. Ocorrem trocas energéticas que sempre influenciam a saúde, o equilíbrio, a felicidade, o karma.
O quinto nível de relação sexual é o beijo
Beijar já é fazer amor. Tocar com seus lábios suavemente os lábios de alguém, permitir que suas texturas, temperaturas, perfumes sejam compartilhados e usufruídos, constitui uma oferenda e uma concessão que você proporciona a um número muito limitado de privilegiados. A mucosa da boca é muito semelhante à mucosa dos órgãos genitais. Os condimentos que excitam a boca excitam a sexualidade. Quase todos os adultos ao se beijarem ficam sexualmente estimulados: homens têm ereção, mulheres ficam úmidas. Conscientize isso e concentre-se melhor no que está fazendo, mesmo quando tratar-se de um beijinho de cumprimento de chegada ou de despedida. Olhe nos olhos, inspire para sentir o perfume do alento, detenha-se mais um instante a compartir esse fugaz momento de enlevo. Especialmente, se tratar-se de um amigo ou amiga com quem você não tem maiores intimidades. Essa vivência pode ser mais estimulante do que travar toda uma relação sexual de último grau. Há pessoas que conseguem nos marcar para o resto da vida com apenas um toque nos lábios. Quantas pessoas cativaram para sempre um parceiro ou parceira apenas com um beijo! Quantos amigos temos que ficam aguardando ansiosos o dia de nos reencontrarem, apenas para experimentar esse instante de proximidade permissível... Você já imaginou cometer uma relação sexual sem beijo? Essa heresia impensável ocorre mais do que se possa imaginar. Homens que aprenderam a copular com profissionais não sabem beijar no ato sexual. Mulheres que aprenderam com esses homens fazem o mesmo. Que lástima! O ser humano é o único animal que copula beijando-se. É uma característica de evolução. Apesar disso, muita gente enfia a cabeça no travesseiro e como que ignora a presença do outro. Trata-se da mesma síndrome que induz a fechar os olhos para não ver o que está acontecendo, ou permanecer em silêncio no ato de amor por vergonha ou repressão. Tais pessoas parecem estar dizendo: "faça logo o que você tem a fazer mas não me olhe nem me dirija a palavra." Não é qualquer beijo que produz as mais sublimes sensações. Experimente beijar com mais suavidade. Explore mais os lábios. Pesquise a temperatura do cantinho da boca. Deslize seus lábios sobre os do parceiro ou parceira. Alterne a pressão durante um mesmo beijo. Toque carinhosamente a pontinha da língua no lábio inferior do parceiro. Exerça uma carinhosa sucção. No Tantra Branco, trata-se do parceiro com muito amor, suavidade e carinho. Mas, acima de tudo, sinta profundamente e deixe que seu Shakta ou sua Shaktí perceba o quão profundamente isso está mexendo com você. Explore o poder catalisador da reciprocidade.
Cada pessoa sente mais prazer em determinadas áreas e com diferentes formas de toque ou de pressão. Informe seu parceiro para que ele não tenha que adivinhar. Informar não significa forçosamente falar. Você pode informar com uma respiração mais profunda, um sorriso ou um gemido de prazer cada vez que o outro acertar. Mas se demorar para encontrar a sua forma ideal de carícia, segure-o e conduza com o toque a fim de que entenda o que você deseja. Se ainda assim o parceiro não aprende, fale com ele e diga-lhe como é que você gosta. O que não pode é ficar como um objeto, meramente à mercê dos acontecimentos. As preferências são tão variáveis que não se poderia traçar aqui um roteiro preciso que servisse para todos. Contudo, há alguns procedimentos que são mais ou menos universais. Por exemplo, o cuidado para não causar dor mediante uma carícia que, em princípio, deveria proporcionar prazer. As mulheres geralmente machucam, sem querer, os testículos e a glande do parceiro. Os homens geralmente machucam o clitóris e os mamilos da parceira. Portanto, a regra é a carícia delicada. Se o parceiro ou parceira prefere um toque forte, cabe ao interessado pedir mais força. É melhor do que um constrangedor "ai!". Se a mulher gosta de uma ereção gloriosa não deve pressionar a glande, pois isso bombeia o sangue para fora do pênis. Para intensificar a rigidez do órgão masculino um dos recursos mais eficientes consiste em apertar a base do pênis e puxar o sangue para a ponta, "como ao tirar leite da vaca", segundo textos antigos que se valiam de comparações com o cotidiano do povo de então.
O contato sexual tântrico não deve ser realizado com pressa. Se não há tempo, deixe para uma ocasião mais apropriada. Não tenha por objetivo o orgasmo e sim o prolongamento do prazer por algumas horas. A iniciação tântrica não pode ser transmitida por livros, portanto, aqui vão apenas algumas normas gerais. Se tiver oportunidade, participe do Curso de Tantra que tem uma etapa teórica, para aquisição de cultura específica, e outra etapa prática para aprendizado das técnicas. Enquanto não receber a iniciação procure simplesmente conter o orgasmo, tanto o homem quanto a mulher. Vá com calma. Aumente o tempo bem gradualmente. Seja extremamente comedido nas primeiras vezes, ou a Natureza vai lhe mostrar no dia seguinte que a evolução não dá saltos. Tome um banho antes da sua prática de maithuna, friccionando os chakras, utilizando uma gota de Carezza sobre o swaddhisthana, uma sobre o anáhata e outra sobre o ájña chakra. Quando friccionar este último, tome cuidado para não deixar a essência escorrer para os olhos. Também não vá esfolar sua pele! A tradição milenar do Tantra Branco, à qual pertence nossa estirpe de Swásthya Yôga, recomenda a depilação pubiana da mulher. Se a praticante ou o seu parceiro não se sentir à vontade, a depilação pode ser parcial, reduzindo a área e o comprimento dos pelos. Lembre-se de que tudo é uma questão cultural, o que equivale a dizer, de hábito. Haveria coisa mais incômoda e anti-natural que um homem depilar seu rosto todos os dias? Não obstante, a maioria assim o faz, conquanto prefira o verbo "barbear"... Ao iniciar seu exercício, acenda uma vareta de incenso legítimo e coloque-a a uma certa distância, pois a fumaça não deve ser aspirada. Sente-se frente a frente com o seu parceiro. Pratique drishti, o exercício olho-no-olho. Inicialmente, faça-o sem piscar. Algumas percepções visuais poderão ocorrer. Não se assuste. Se surgirem imagens luminosas poderão ser emanações de prána do rosto do consorte. Se ocorrer alguma forma de modificação da fisionomia pode tratar-se de percepção de vivências pretéritas ou do registro de algum Mestre ou Mestra no inconsciente coletivo. Durante a prática do drishti, inicie a experiência do tato. Primeiramente, das mãos do parceiro, depois do rosto, cabelos, peito, ventre. Essa etapa preliminar pode durar o tempo que o casal achar por bem. Quanto mais prolongada, melhor. Pressa, jamais. A esta altura, se desejar trabalhar mais profundamente, pode executar os pránáyámas tântricos Shaktí-Shákta e tantrika pránáyáma. Quando surgir o impulso natural para a comunhão dos corpos, o par pode escolher qualquer posição sentada ou deitada, desde que a mulher fique por cima. No transcorrer da relação, essa posição pode mudar, mas deve prevalecer a alternativa da mulher por cima. A explicação filosófica dessa preferência é a de que a companheira tântrica representa a Shaktí, a deusa que constitui a energia de Shiva. Ele, o Shákta, adorador da Shaktí, fica por baixo. Na verdade, essa alegoria esconde uma razão de ordem prática: é que a mulher por cima torna-se mais liberada e participante. Não é possuída, mas possui. E como comanda os movimentos pode buscar um melhor coeficiente de atrito nas zonas em que tiver mais sensibilidade. Devem-se evitar movimentos rápidos e atitudes grosseiras. O amor tântrico precisa ser uma obra de arte, de poesia e estética. Muito carinho é a lei.
p.s: o texto é retirado de um site com escrita brasileira
2 comentários:
Honestamente, até podes chamar-me ignorante... Prefiro o tradicional:P
T.
Poxa, eu nunca fiz
A curiosidade veio depois de uma pessoa q fiquei ter me falado q era acustudo a fazer sexo tantrico e quando eu fui ler me apixonei pelo modo de como é praticado, a valorização do amor e nao apenas o coito em si.. Pedi que ele fizesse comigo e se prontificou espero q seja maravilhoso ainda mais o que aconteçe entre nos dois é inesplicavel, algum diferente.. Ops assim q fizer volto pra dizer como foi. Espero ser inesquecivel...assim como ele tem sido pra mim. te adoro bb
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