segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Presa a ...ti




Outrora apareste-me quando me libertei!

Num quarto, sentada, escrevia para ti o me ia na alma,
acabo, levanto-me e dirijo-me para a janela...

subo p o parapeito da varanda, aperto bem meu casaco....

fecho os olhos, sinto o sopro da noite e lanço-me...

lanço-me para a minha sorte daquela noite....

vôo bem alto, vôo sem limites....

Sobre mim, está a cidade...luzes, movimento...

vôo até ao mar e sobre ele fico parada...

olho em meu redor, tudo negro, tudo vazio...

mas ao mesmo tempo preenchido,
preenchido com o som do silêncio...
que bom,
mil e um sons passam em mim....

Olho para a cidade e vôo em sua direcção....

agora ando entre eles, passam por mim
como brisas de vento,
suaves e leves....
ando entre eles e olhos nos olhos...
tento encontrar os teus....

mas tomo consciência que difícil será...

sinto meu corpo a ceder, a ressentir-se....
tornaste-te na minha droga, droga para o meu ser...

saio dali e vou em direcção ao meu canto,

não vôo mas sim corro....

corro tão depressa que salto e vôo de raiva....

raiva por seres a minha droga e não te ter...

Ao meu canto chego, no parapeito olho...

a minha última vista antes de entrar...

a cidade aos meus pés, luzes mil....

Entro, olho para a mesa, olho para a cama...

vejo-te deitado sobre ela, depois de a carta ter sido lida...

lágrimas enchem meus olhos, por te verem...
meu ser desperta,
ao ver-te diante de mim...
dispo-me e deito-me á tua beira....
aproximo-te de ti e teu calor sinto...

um gélico arrepio pecorre meu corpo...
agarras-me e aqueces meu ser...
em diante dos teus olhos, os meus choram...

os meus choram pois sabem que fostes tu...

fostes tu quem me roubou o último beijo...

agora o meu sentir pertence-te....


O meu último beijo que senti...

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