segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Intro IV

"- Olá, vim até cá. Posso sentar-me?

- Sim, este lugar também é teu! E sabes que podes vir cá sempre que te apeteceres.

- Então diz lá o que te traz aqui? Vieste ver a vista cá de cima?
Complementares esta beleza pura?

- Sim e não só. Vim contar-te que fui fazer reiki e adorei!


- Então conta....


- Foi á uma semana, sentia-me pesada e tinha sentimentos menos bons dentro de mim. Então fui ao reiki fazer uma limpeza e relaxar. Sinto-me bem, mas ás vezes desperta os sentimentos que absorvo dos outros mas contorno para não me afectar. Sei que consigo isso!


- Mas se não me engano teus olhos querem dizer-me algo? Estou certo, não?!


- Sim. Sabes, ando indignada.


- Então porquê?
- Sentimentos entre os mortais! Tento entender, e em parte entendo, porque é que eles não são capazes de dar mais valor aos bons sentimentos, isto é, o amor, a alegria, o partilhar, a humildade, a sinceridade, o ser-se verdadeiro, a amizade, a compaixão e até o perdão. E só dão valor ao ressentimento, a tristeza, ao desespero, á carência, ao ódio ou raiva, ao râncor. Sim todos somos humanos e temos tudo isso e muito mais, mas também temos a liberdade de escolher os sentimentos. Haver um equílibrio
entre eles, não dar demasiado valor e nem retirar valor..

- Sabes que tu para saberes andar direito passo a passo tens que cair até conseguires o teu equílibrio e nos sentimentos também é assim.
- Mas porque é que as pessoas tem que estar sempre a cair quando já sabem como é sentir algo que nos faz mal e muitas das vezes destróiem-nos? - Sim, isso é verdade, mas....é a natureza deles e muit
as das vezes muitos não conseguem ter esse equílibrio porque andam sempre perdidos. Mas existe outros que o conseguem mais tarde, mas até lá muito tiveram que sofrer para conseguir ter esse equílibrio dentro de si.

- Sim tens razão. Mas assim não será andar com os sentimentos? Não será brincar com as pessoas ou mesmo usá-las? Não será subjulgarem-se a eles mesmos?

- Pode ser que sim o
u então na verdade deles pode ser que não. Quando existe liberdade de escolha, temos que decidir o nosso caminho, percorrê-lo com os erros que cometemos e seguir em frente e tentar não cometê-los de novo. É assim que acontece em toda a nossa vivência. E é assim que crescemos a nossa essência, seja ela para o Bem, seja ela para o Mal!

- Sim é verdade, estamos
aqui para viver e crescer com a experiência. Mas deixa-me confessar-te algo que também me indigna. Fico indignada, mas não julgo nem condeno, quando as pessoas não se apercebem que uma relação é uma experiência, é uma vivência que faz com que aprendámos a saber lidar com certas situações e aprendámos a conhecermo-nos melhor. E que devem tirar o que é bom dessa relação, quando esta acaba ou deixa de ter sentido, e não fecharem os olhos ou deixarem-se cegar com o sofrimento. Sim porque sofrimento em demasia é masoquismo ou estúpidez!
Fico indignada porque vejo que o que se construíu no tempo da relação perde-se quando essa cegueira acontece e existe uma acusação mútua e o que fica é um buraco negro e vazio.
Tudo o que se viveu perde-se no negro desses sentimentos. E tudo em prol de quê? Egoísmo, a incapacidade de admitir que também errou, a capacidade de incompreender o outro e de incompreender o que realmente aconteceu, mas o pior é a incapacidade de aceitação do que acontece. Sim, muitas das vezes somos incapazes de aceitar o que nos acontece porque pensamos logo que á partida perdemos mas no fundo muitas das vezes perdemos algo que nunca tivemos na verdade, logo não perdemos. Somos incapazes de ver que afinal existe um ganho e não uma perda.
Fico indignada porque sei que aquilo que tenho em mim, não serve para os mortais. É demasiado abstrato,
não tem matéria e eles querem tudo o que esteja ligado a matéria para sentirem segurança. Pois não são capazes de abdicarem o excesso de materialismo que os rodeiam. E eu sei que nessa parte não tenho segurança, mas é algo k não me preocupa pois sei que irei tê-la no momento certo.

- Deixa estar. Não o fiques. Não percas isso que tens dentro de ti. É algo precioso e quando tiveres que dar dá. Alguém, depois, irá aperceber-se disso, do que tens em ti. Não te deixes indignar pelo excesso de materialismo, aceita-o. Ele existe, mas podes sempre contornar isso. Porque tu á partida não te preocupas pela escassez dele e sabes bem que podes viver sem esse excesso. E sabes bem aquilo que te faz feliz e satisteita...logo, não te preocupes! Os outros terão que perceber isso, como viver com o materialismo suficiente e não em excesso.


- Bem hajas, vou ficar aqui mais um pouco a contemplar essa maravilhosa vista contigo á minha beira. Sabes...gosto de estar aqui contigo. É algo que me faz Feliz!


- Bem haja as tuas palavras...serás sempre bem vinda e é sempre uma Felicidade ter-te aqui! "

1 comentário:

Anónimo disse...

Cada vez mais gosto de ler-te!

T.