As 18horas ela encontrava-se em frente da Facldade perto de Santa Apolónia. Enquanto esperava por ele, observava que lhe passava á frente do seu olhar. Uns de ar cansado outros entusiastas com a conversa que desenvolviam. Por vezes, ela era alvo de olhares curiosos, provavelmente por ser cara estranha nas redondezas.
Entretanto o seu olhar captou a sua presença. Lá vinha ele, com o seu ar de desajeitado, simples e introspectivo. Ela sorriu e ele retribui. Cumprimentaram-se e caminharam em direcção a Alfama. Subiram até encontrarem um café simpático com um mini-esplanada mesmo á beirinha da estrada, mas com uma pequena vista para o Rio Tejo. Ali sentaram-se e ali falaram. Enquanto ele falava, ela admirava a sua maneira de expressar, a sua expressão visual....desenhava-o em sua mente e complementava todo aquele conjunto de singularidade, simplicidade e ingenuídade. Sim, é isto que ele lhe transmitia, simplicidade, meninice, ingenuídade. Falaram de coisas da vida, da zona onde se encontravam, dos planos que tinham e também contempleram o silêncio das suas vozes e deram voz aos sons da rua.
Decidiram caminhar, paráram num pequeno largo de igreja e contempleram a vista sobre o Tejo. Após alguns minutos, continuaram até chegarem a casa dele. Alugara um pequeno quarto numas Águas furtadas de um prédio. Tinha um terraço! Quando lá chegaram tinham um guarda á porta. Um cãozito de nome faísca que ladrava a marcar a sua determinação mas no fundo estava cagado de medo. Ele entra e ela espera que o cãozito ladre tudo e se habitue á sua presença. E assim aconteceu. Ela entra, anda pela casa, observa a estrutura e deslumbra-se e quando dá conta do terraço fica maravilhada, com a vista, com o silêncio, com as cores e formas. O local ideal para saborear a vida e contemplar a sua simplicidade.
Entram para dentro e ele mostra-lhe o seu quarto, pequeno, com uma cama e um divã improvisado, feito com dois colchões...apenas tinha o essencial! Sentaram-se no divã e continuaram a desenvolver a conversa...Sentia-se uma tensão! Com desenvolver, ele pega-lhe no pé para ver o seu tamanho, depois pede-lhe a mão para encontar á dele! A diferença era bem visível...o dedos entrelaçaram-se, sentiram a pêle um do outro...simplesmente sentiram-se.
Continuaram a conversar e claro que falaram do que sentiam e o que poderia acontecer ali naquele momento....tudo e nada! Nada iria ser forçado, não havia preocupação tal!
Apesar de ambos desejar o mesmo e transmitirem isso pelo olhar, decidiram não e simplesmente viverem aquele momento com naturalidade e livremente! Ela olhou para as horas e já era hora de ir embora. Sentiu-se uma ligeira tristeza, pois gostariam queaquele momento não tivesse fim. Ela levanta-se pega na mala e ainda direcciona-se para a varanda e la fica por breves momentos. Ele chama-a, despedem-se do faísca e saiem. Ele acompanha-a até á paragem. No caminho ainda falam da sua ida a França....sim ele irá partir na 2ªfeira e irá tratar do seu doutoramento que se tudo lhe correrá bem, ficará 3anos!
Despedem-se perto da paragem. Despedem-se com um beijo na face e com a promessa de se reverem quando ele chegar de França! Ela olha para a frente e quando olha para trás já não o vê!
Entra para o autocarro a reflectir naquelas horas que passou com ele. Ela sentia-se contente, poia tinha sentido algo que não sentia á muito, alguém lhe tinha captado a sua atenção profunda! Aquilo que ela pensava, confirmou-se. Ao ir encontro dele, soube que para conhecer e ser conhecida e não para ser vista! Foi ao encontro de uma pessoa a qual gostou de conversar com ela e saberia que iria ser assim...ter alguém para partilhar conversas, palavras, pensamentos e o silêncio!
Ela admitiu a si mesma que ele conseguiu algo que poucos conseguem, captar a sua atenção e suscitar curiosidade em conhecer a essência!
Poderão dizer vós que ela estará a apaixonar-se!? Poderá ser mas não da maneira usual e sim um apaixonar de admiração! Apaixonar-se por aquilo que ele lhe transmite e pela maneira que ele é perante a tudo e todos!
Um Encontro em Lisboa....